Tudo é tão pequeno e tão grande

- Antagonismo já no título do texto?
- Não sei nem se posso iniciá-lo com um diálogo, caro leitor imaginário, devido minha preocupação excessiva com a gramática que custo a podar sempre que posso, quem dirá promover um título decente.
- Diga logo o que tem a dizer, não aguentamos mais sua prolixidade...
- Ah, se enxergue, até o seu vocabulário vem de dentro da minha cabeça, oras.
- Andiamo! (...)

  Tenho sonhado bastante, ultimamente. Esses sonhos quase sempre envolvem pessoas que já fizeram ou fazem parte de meu cotidiano, em sua maioria mulheres que, por sua vez, compõem o grupo daquelas pelas quais eu já tive um apreço ímpar em algum espaço-tempo (não vá se empolgando, achando que irei compartilhar aqui todas as porcarias indecentes que transbordam a cabeça da maioria das pessoas).
  O que desejo promover, desde já, é uma reflexão sobre a realidade que nos insere como seres atuantes em uma sociedade heterogênea, que engloba indivíduos com anseios e opiniões diferentes, e nos agrupa em perfis econômicos, físicos e psicológicos específicos. É até difícil mensurar quantas vontades são capazes de habitar o mesmo recinto, simultaneamente, sem que algo explosivo aconteça.
  Aponto isso pois, que são os sonhos senão representações de fatos e visões sobre o cotidiano e a interação entre os diversos tipos de personagens com os quais dialogamos internamente?!
  Eu sei, par(é)ce loucura o que estou dizendo, e nem tenho o know how necessário para avaliar a relação entre os sonhos das pessoas. Ou seja, tudo que proponho a debater, embaso por experiência própria, e isso acaba distorcendo boa parte das constatações. Porém, sinto que minha capacidade de compreender que existe sim, uma conexão extracorpórea entre todos nós, e que a sonhar é uma maneira de promover interação entre esses diferentes universos; vem crescendo gradativamente desde o começo deste ano, e não consigo simplesmente deixar que o processo se desenrole sem que nenhuma palavra escorra da minha boca.
  O outro ponto a ser discutido é, creio eu, de maior complexidade, e talvez mostre-se de maneira ainda menos palpável, que é a relação entre os conflitos internos que envolvem estes sonhos, que acabam formando parte da personalidade de cada um; com a observação de grandes problemas que a sociedade vem enfrentando já há algum tempo, principalmente no Brasil, onde podemos citar tamanha corrupção por parte de nossos comandantes políticos, desigualdade social proveniente de uma má distribuição de renda, violência, etc.
- Como assim? Você está querendo dizer que a maneira como sonhamos e a estrutura de nossos sonhos tem influência direta no jeito como nos comportamos com os outros, e até com nossa formação de caráter?
  Exato. Na impossibilidade de não citar Inception (2010), tomo partido de alguns debates já desenvolvidos para fomentar, aqui, a questão que vem me deixando inquieto desde que comecei a sonhar sem parar: é possível manipular, de alguma forma, esse inconsciente coletivo, através dos sonhos? Que impacto isso traria para a sociedade, tendo em vista que essa "tecnologia" seria, obviamente, exclusiva a determinadas pessoas especializadas no assunto?
  Nada disso é novidade, eu sei. Departamentos de Propaganda e Marketing das mais variadas empresas já desenvolvem, há séculos, maneiras de convencerem seus clientes a adquirirem seus produtos/serviços, através do uso da psicologia aplicada aos meios de comunicação em massa. Na verdade, é necessário refletir sobre a prática de um uso benéfico da análise, através de uma interpretação de como essa relação entre o sonho e o indivíduo pode colaborar para o crescimento pessoal e a descoberta de necessidades e capacidades não desenvolvidas até aquele momento.
  Minha sede por respostas nesse campo da pesquisa dos sonhos é infindável. Sou praticamente um bebê no assunto, e isso fica claro em minha dificuldade em tentar interpretar, by myself, qualquer obra de Jung ou Freud. Porém, minha facilidade na escrita tem ajudado um bocado na expressão de tais inquietudes, e a relação com a música também exprime, sazonalmente, algum sentimento desconhecido ou suspiro de arte, todos estes aspectos que estão relacionados diretamente com a análise psicológica de um Denis como ser humano, agente ativo de sua história (termo creditado inteiramente à Marta, ex-professora de História/Filosofia/Geografia, amiga de anos, que possuía - e creio que ainda possui - grande conhecimento sobre os assuntos que envolvem o "eu" e o "nós". Digo "ex", pois espero que até agora ela já tenha se aposentado, todo mundo merece um descanso em algum momento da vida).
  Agradeço pelo tempo dedicado à leitura, e deixo aqui o convite a qualquer comentarista descompromissado, que queira deixar expressa, aqui, sua opinião ou visão sobre a interação do ser humano com sua capacidade de produzir sonhos.
  Besos.


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